
— Parte 1 de 3 —
À luz da cultivada compreensão espiritual, compartilho um singelo estudo sobre o memorável diálogo de nosso grande Professor, Cristo Jesus, com Simão Pedro, na terceira vez que ele se manifestou aos discípulos, durante 40 dias, após sua ressurreição. Foi o que hoje, popularmente, chamamos de “papo reto.” O relato bíblico está no livro de João 21 — último capítulo.
Trata-se de um humilde olhar, numa reflexão que desdobra-se no significado espiritual daquela ceia matinal à beira mar, que resultou em uma lição para a vida dos discípulos, embasada na didática do único Mestre, e na espiritualidade de Cristo. Essa espiritualidade é a influência e antídoto da Verdade, que cura e salva. Esse Cristo ativo, continua a se autorevelar a toda consciência receptiva, na proporção de nossa gratidão, humildade reconhecimento do único Cristo em ação, e de nossa fidelidade ao amor de Deus — chaves que abrem a porta de entrada de nossa consciência, preparando-a para receber o influxo natural e espontâneo da luz e do amor de Cristo, atemporal e sempre presente.
Pensei em escreve um só artigo, mas a inspiração compeliu-me a dividir em três partes, uma para cada uma das três perguntas dialógicas com Simão Pedro: “… tu me amas?” Que tal imaginarmos tais perguntas sendo direcionadas a consciência individual de todos aqueles que aceitaram o glorioso desafio de ser diferente e fazer a diferença — tendo a coragem moral e amor cristãos para ser um seguidor de Cristo, no III Milênio. “Tu me amas?”
Contemplemos, na tela do pensamento, aquela surpreendente cena à beira mar! Cristo Jesus, havia sido crucificado, sua amargura e sofrimento diante da perseguição e dos flagelos do ódio, foram vencidos pela sua ressurreição. Lembremos que durante 40 dias (Atos 1: 3), Jesus apareceu aos seus discípulos, que estavam tristes e confusos. A Sra. Eddy dá o senso espiritual deste “último desjejum” no capítulo: Reconciliação e Eucaristia, na pg. 34: 30 até a linha 20 da próxima página, no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras.
Jesus estava questionando a consciência de Pedro, e, como o Cristo é atemporal, essa pergunta “Tu me amas?” é uma mensagem angelical à consciência individual, de cada um de Seus filhos amados com o único Pai-Mãe Deus. Ou seja, um bom exame de consciência, para cada um nós em nosso viver cristãos.
Na primeira vez Jesus pergunta a Pedro: “Tu me amas?“ Sim, Senhor; tu sabes que eu te amo. foi a pronta resposta dele. “Apascenta os meus cordeiros.”, respondeu o Mestre. Perceba que, um cordeiro é diferente de uma ovelha adulta, ele é um filhote, portanto, ainda sem condições de defender-se sozinho das ameaças a sua integridade e inocência.
Contextualizando: Depois do impacto da crucificação, Pedro decidiu voltar a lida de Pescador com outros discípulos — era a profissão deles, antes de largarem tudo para seguir o Mestre. Naquela noite triste e inusitada sem a presença física do Mestre, porém nada pescaram.
Na aurora de uma nova manhã, logo depois de ressurrecto, Jesus aguardava-os na praia, para cear com eles, entretanto, eles não o reconheceram. Se os seus discípulos próximos não o reconheceram, não devemos admirar-nos de que hoje em dia, ainda possa existir um não reconhecimento de Cristo Jesus e incompreensão em relação ao Cristianismo prático — incompreensão da religião da humildade e do Amor que ele deixou como um precioso legado de espiritualidade crística, cura e salvação, aplicáveis no cotidiano, em todos os tempos e circunstâncias. Esse não reconhecimento é uma forma com que o ocultismo pretende manifestar-se, ocultando a lei de Cristo e a Mente de Cristo — como se pudesse, realmente, esconder da humanidade, a única consciência divinal e saber consciente.
NOSSO PRIMEIRO DEVER: A HUMILDADE DE AMAR A DEUS
A primeira pergunta metódica feita pelo Mestre, poderíamos associar com nosso dever primordial para com Deus. Simplesmente amá-Lo, gratamente, levando uma vida de gratidão e cumprindo o plano e propósito que a Mente divina delineia para cada uma de suas ideias! Se contemplarmos a pergunta: “Tu me amas?” sendo direcionada a nós, agora, qual seria nossa resposta?
Em termos de cultivar nossa compreensão espiritual, como bons pastores, o cuidado com os cordeirinhos, é resultado do amor e dedicação por vigiar, orar, diariamente, para renunciar ao nosso eu — pescador de ilusões, vaidades, gratificação pessoal e monopólio egoístico. Equipar-nos com um ego desprendido, que reflete o amor do Amor, a Mente única, o único Ego, é exercitar aquele Amor que tem sua reflexão no amor espiritual e sanador.
Nosso grande Professor, Jesus, sugere por sua pergunta exploratória e sua réplica metódica, que gostaria que Pedro seguisse a vocação do pastoreio cristão, para apascentar os seus cordeiros — os principiantes do então recém inaugurado Cristianismo — como uma prova do amor declarado na pronta resposta de Pedro. Essa era a grande demanda do momento, vislumbrada pelo divino Mestre: cuidar dos principiantes que estavam dando seus primeiros passos numa melhor compreensão de Deus e de si mesmos como filhos do único Pai.
Amar a Deus, acima de todas as coisas, como primeiro mandamento, no Cristianismo, também pode ser compreendido por amar o que a gente é e faz no que tange as coisas do Espírito — isso se aplica ao ser cristão e nossa prática da cura cristã diária. Pedro já havia evoluído em compreensão espiritual mas, mesmo assim, diante da crucificação do Líder, preferiu voltar a sua zona de conforto da pescaria em alto mar e pescar os peixes grandes — os peixes pequenos eram desprezados e jogados de volta ao mar. O Mestre lhe ordenou que ele apascentasse os seus cordeiros — ou seja, era necessário dar atenção especial aos pequenos na fé!
APASCENTAR OS CORDEIROS — AS CRIANÇAS, PRINCIPIANTES E A PRÓPRIA NOVIDADE DA CURA CRISTÃ:
Jesus tinha grande apreço pelas crianças, que sempre foram consideradas a nova geração, as quais são receptivas à Verdade e levam a frente a instrução a ela ensinadas, com amor cristão e pura confiança em Deus. As crianças eram também um referencial para Jesus, no que tange a qualidade da humildade, como sendo essencial para entrar no reino de Deus. (Mt 18: 1-4)
CORDEIRO DE DEUS. A ideia espiritual do Amor; imolação do ego; inocência e pureza; sacrifício.
O conceito acima, do Glossário, da Chave das Escrituras, oferecido por Eddy à página 589, do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, amplia nosso entendimento espiritual sobre apascentar os cordeiros. Eddy foi a pesquisadora e exegeta da Bíblia, no seu significado espiritual, mais erudita e inspirada que a humanidade já conheceu, tomando por base sua colaboração no que tange a ter dado ao mundo a interpretação espiritual do texto bíblico, por intermédio da Ciência Cristã. Tal significação para CORDEIRO DE DEUS sugere-nos algumas pistas para uma melhor compreensão da ordem: “… apascenta os meus cordeiros.” Que tal esmiuçá-la mais detidamente?
A significação espiritual da citação acima, traz um conceito alentador de Cristo, como “ideia espiritual do Amor”, não só como o Jesus humano – o cordeiro de Deus que foi sacrificado na cruz. Ela sugere-nos a renúncia ou desprendimento do ego. Além de realçar as duas qualidades, inerentes aos cordeiros, ensinadas por Jesus, ao sugerir que fôssemos como as crianças — “inocência e pureza”.
A significação de “sacrifício” aparente, pode ser ilustrado, no fato de que Pedro, sacrificar a zona de conforto de sua vida — sua antiga rotina de Pescador — para ser um pastor leal e zeloso no cuidado, apascentando os cordeirinhos, como o Mestre recomendava, e, a continuidade do Cristianismo demandava após sua prisão, escárnio público e crucificação. Tal senso de frustração e tristeza não era exclusividade de Pedro e dos demais discípulos, mas de todos que estavam iniciando o glorios aprendizado cristão diretamente com o Mestre.
Outrora, a obediência do discípulo a ordem dada pelo Mestre, e, hoje nossa devoção espiritual, no limiar da segunda década do terceiro milênio, são essenciais para acalentar e cuidar dos cordeirinhos — a nova geração de Cientistas Cristãos, e a novidade da cura cristã, como uma possibilidade presente e atual do Cristo em plena ação na consciência, individual e coletiva.
Neste contexto, insere-se a relevância da Escola Dominical da Ciência Cristã, onde crianças e jovens até 20 anos, encontram um legítimo redil do Amor, para crescerem, tranquilas e seguras no desdobramento de sua compreensão espiritual, e, trocar experiências na demonstração do reinado do bem e da harmonia, em seu cotidiano. Ao trocarem ideias e experiência de pequenas superações e curas, os principiantes aprendem com as experiências vivenciais um dos outros, bem como a simplicidade da cura cristã no seu dia a dia: brincar, lar, escola, interação com coleguinhas, atenção, respeitar, amar e perdoar, livres de medo e preconceitos!
APASCENTAR PODE SER APRENDER A CUIDAR BEM DE SI MESMO E DOS OUTROS:
A Sra. Eddy escreve no livro Ciência e Saúde p. 4: 17-22 correlacionando nossa disposição de amar a Deus, como um divino despertar, ela nos alenta com cuidado pastoril e maternal:
Simplesmente pedir que possamos amar a Deus nunca nos fará amá-Lo; mas o anseio por sermos melhores e mais santos, expresso na vigilância diária e no esforço de assimilar mais do caráter divino, há de nos moldar e formar de novo, até que despertemos na Sua semelhança.
Apascentar pode sugerir uma pergunta introspectiva: Tenho bem guiado, cuidado, alimentado e nutrido meus pensamentos, para amar estar no redil do Amor, reconhecendo uma única Mente, um único Ego, e, reconhecendo a ideia do Amor, o Cristo na minha consciência? Tenho demonstrado esse aprendizado em atitudes, expressando um amor mais expansivo e inclusivo ao meu próximo, um amor fraternal — derivado do Espírito, portanto, um amor espiritual e desprendido do ego?
O AMOR A DEUS NOS INSPIRA A APASCENTAR OS CORDEIRINHOS INDICANDO-OS O REDIL DO AMOR:
Agradeço à Ciência Cristã, onde podemos nutrir um amor a um Deus melhor compreendido, nutrindo os pensamentos com a espiritualidade pura de Cristo, que é desdobrada no estudo da Lição Bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, na leitura de qualquer uma das literaturas e sites, bem como outros canais autorizados, como o Daily Lift — breve podcast de espiritualidade nos dias úteis. Uma gratidão especial aos Serviços religiosos e atividades on-line dA Igreja Mãe, em Boston, e às filiais espalhadas por diversos países. Gratidão à Escola Dominical e às Salas de Leitura da Ciência Cristã e sua ampla presença na Internet e redes social, espaços virtuais, que a nova geração gosta de frequentar.
Tal como um aconchegante redil do Amor, reconhecemos que as literaturas e ambientes autorizados, expressam o editorial do amor do Amor! Amar a Deus, é o desdobramento natural de buscarmos os melhores pastos, ou os “pastos verdejantes”, livres dos lobos mentais — opiniões humanas, pessoalidade, monopólio, contaminação da mixórdia de diversos “ismos” e/ou amarras das vãs filosofias e hipóteses humanas, livre de credos e ritos — que são neutralizados pela luz e poder da Ciência do Cristianismo.
Sugestão de Leitura complementar: Salmo 23, uma mensagem atemporal
Para ler a Parte 2 deste artigo, acesse: “Tu me amas?” Apascenta as minhas ovelhas! Parte 2
Tags: Cristo Jesus, Cordeiro de Deus, Grande Professor, Mestre divino, Tu me amas, Apascenta meus Cordeiros, Simão Pedro, humildade, crianças, último desjejum, Ciência do Cristianismo, Cristianismo, Ciência Cristã, AIgreja Mãe, Daily Lift, Mary Baker Eddy, Escola Dominical, Salas de Leituras, ismos humanos, lobos, miragens ilusórias, ocultismo, amar a Deus, dever cristão, primeiro dever, única Mente, único Ego, desprendimento do ego
Reeditado em 31 de janeiro, 4 a.m.: Revisão geral.
