Olimpíadas e o lume da espiritualidade!

As Olimpíadas têm sido, não só um evento quadrienal, épico e memorável de competição e premiação, aos melhores atletas e esportistas, que representam seus países com o melhor de seu desempenho. É também uma oportunidade de comprovar o impacto salutar dos esforços empreendidos, a partir de altos padrões de treinamento, de vidas de dedicação absoluta, consagradas ao aperfeiçoamento próprio e a melhoria nas performances individuais, bem como um evento de solidariedade global entre nações incluindo uma delegação de atletas refugiados.

Esses esforços, mentais e físicos, poderiam ser correlacionados à espiritualidade? Poderia a metafísica divina ser utilizada para alcançar os melhores desempenhos e a excelência, em qualquer área da vida?

Embora as olimpíadas, sejam consideradas, no olhar religioso, um evento profano com raízes na mitologia grega — manifestações artísticas/culturais não vinculadas a valores religiosos, oriundos da Grécia — o Apóstolo Paulo fez uma inspirada analogia dotada de singela espiritualidade científica cristã:

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só é que recebe o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina, aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. (Coríntios 9: 24, 25)

Como bons pensadores cristãos, a questão do estigma de ser um evento não-religioso, é superada, se não cairmos na areia movediça do julgamento, do preconceito e da crítica. Olhando para além da superfície material, podemos contemplar essa temática à luz da única Mente, única consciência científica, revelada pela Ciência divina, onde todos são iguais perante o Princípio-Deus, a única Causa, da qual somos efeitos, espirituais e perfeitos, e não seres polarizados em diferentes ideologias, ou radicais fanatizados e discriminadores, ditaduras e correntes de pensamentos de bolhas herméticas e opressoras, que não respeitam a diversidade de pensamentos, a liberdade de expressão policultural e a autodeterminação da consciência humana.

A partir da perspectiva de espiritualidade cristãmente científica, o elemento humano da crença de superioridade racial, da mera ânsia egoística de competição, da prepotência da eugenia, do medo de perder, o fracasso e decepção, do desprezo pelos outros, do jogo sujo, deixam de predominar, realçando o senso de união e fraternidade entre todos os continentes, simbolizados pelo emblema dos 5 círculos olímpicos, como mostrados na foto jornalística de Tóquio no topo deste artigo.

À luz da espiritualidade e da humildade podemos orar para vislumbrarmos a ideia espiritual correta do “espírito olímpico” que abrange: esperança, amor, união, fidelidade, honestidade, alteridade, liberdade, fraternidade, paz, harmonia, autoconfiança, resiliência, solidariedade, dedicação absoluta a um objetivo, definição de metas, integridade, qualidade de vida, superação, coragem, determinação, humildade, resistência, disciplina, excelência, persistência, respeito, inteligência, reconhecimento, gratidão, resiliência, etc

Outro ponto é a busca honesta e persistente de perfeição, não só no sentido de quebrar recordes anteriores, mas também seguir um protocolo rígido de compromisso dos países e seus competidores, de manterem-se abstêmios de drogas, álcool, bem como do uso de substâncias químicas proibidas, tais como suplementos e hormônios de crescimento e algum tipo de compensação ou turbinamento artificial da força ou resistências mentais e físicas, através de anabolizantes e esteroides proibidos, o que é uma impostura moral e ilegal. Tais más práticas esportivas condenam o atleta a ser cortado da equipe, ou até um país de não participar dos jogos olímpicos ou perder seu credenciamento junto à instituições desportivas oficiais.

O impedimento do uso de substâncias químicas artificiais, é um trampolim para olharmos para além da matéria e suas crenças limitantes, dos meios artificiais oriundos da química, e, contemplarmos os benefícios e utilidade da espiritualidade na saúde, no autocontrole e superação da fadiga, além da melhoria da concentração e do rendimento. Outrossim, pode significar um alento espiritual capaz de superar as próprias fraquezas do eu humano, aflorar nossos melhores talentos e aprimorar nossa habilidades e capacidades individuais — nossa competência divina e espiritual, sim, espirituais e não materiais, por que elas emanam, derivam e têm sua pertença no Espírito infinito, para o qual todo o bem, é sempre possível.

Em tempos pandêmicos, houve a necessidade imperativa de suspender por um ano, as Olimpíadas 2020, no Japão. Hoje em dia ainda, a maioria da população de Tóquio é contra sua realização, fruto da sabedoria oriental e por conta da consciência do cuidado, individual e coletivo, no enfrentamento deste desafio global que tem assolado muitos países, inclusive o Brasil. Entretanto, mesmo com todos os protocolos, e, os estádios sem aglomeração, a realização do evento, por si só, pode ser vislumbrada como uma prova de divina superação, não só para Tóquio, mas também para toda a humanidade. Recentemente, a OMS, emitiu uma nota de apoio e esperança em relação as Olimpíadas. E o Presidente do COI, em seu discurso de abertura, agradeceu aos médicos, enfermeiros e aos esforços de todos os atletas, incluindo os refugiados.

A experiência olímpica nos dá humildade.
Thomas Bach, Presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI)

No olhar da espiritualidade, há muitas lições úteis quando aprendemos a substituir as coisas por pensamentos, e, usamos a metafísica divina, tão bem explicada na Ciência Cristã, que estudo e pratico desde a infância. Uma delas é não aceitar limites! Quando trabalhava numa equipe muito unida, num Órgão da Justiça Federal, a qual amava futebol e jogava regularmente, tive uma experiência que, em certa medida, a espiritualidade colaborou no superar um estigma. Os brilhantes comentários dos colegas, sobre jogos de futebol, evidenciava que cada um parecia ser um técnico de futebol. Os colegas mantinham um time de Futebol Sete, que tinha o arquétipo da invencibilidade. Numa festa de final de ano, fui escolhido como Assador do churrasco e responsável pela parte gourmet da festa. Entretanto, também fui escalado para jogar no time adversário, já com o estigma de que não haveria a menor chance de superar aquela equipe campeã, com seu time bem entrosado, colecionador de vitórias e troféus.

Aprendi, com o estudo e prática da metafísica da Ciência Cristã, a não aceitar nem limites, nem o estigma de perdedor. Na adolescência jogava na posição de goleiro, mas fruto da oração, resolvi jogar como ponta de lança, ou atacante, pois, um goleiro bem experiente, que era um fornecedor terceirizado de manutenção de hardware, foi convidado para jogar nesta posição. O que me preocupava é que estava há muito tempo sem jogar regularmente. O jogo foi antes de iniciar o churrasco, já estava toda parte gourmet pronta, e, após a partida de futebol, só assaria o churrasco — para essa logística da festa contei com a amável ajuda dos familiares. O resultado improvável aconteceu, vencemos a partida por um gol de diferença, no finalzinho do segundo tempo. Tive a felicidade de fazer o gol do desempate, ao receber um lançamento dentro da área, de um colega. Foi uma surpresa geral, houve um momento de indignação do time até então considerado invencível, mas tudo harmonizou-se com a confraternização do churrasco e do Amigo Secreto, que foi muito divertido e memorável.

Tanto as Olimpíadas como as Paraolimpíadas são um espetáculo de superação humanas dos supostos limites físicos corporais, que nos permitem ver o quanto o pensamento corretamente disciplinado, e, a consciência de não consentir em empecilhos ou obstáculos ao fluxo do bem, proporcionam experiências divinas, como a que é demonstrada na prova de interação entre o homem e o cavalo, e, as novas modalidades, dentre elas o Skate, que tornaram uma diversão dos jovens, uma modalidade olímpica, pela primeira vez! importante realçar que treinar um cavalo é uma arte e requer muita paciência, amor e profunda interação e respeito ao animal — que também faz parte da maravilhosa criação divinal.

Na cerimônia de abertura dos jogos, nesta sexta-feira, a tenista Naomi Osaka — uma renomada atleta oriental e negra, nascida no Japão, filha de pai haitiano e mãe japonesa, Osaka vive e estuda nos EUA desde os três anos de idade — acendeu a tocha olímpica, numa representação do monte Fugi, no centro do estádio de Yokohama. Pode ser considerado um simbolismo da diversidade humana, e, da crescente participação feminina, que nesta Olimpíada chegou à 49% de todos os atletas. Isso foi uma bênção e uma grande conquista, haja vista, que nos primórdios as mulheres foram impedidas de participar, por que havia o estigma de que elas não teriam capacidade suficiente e seriam inferiores aos homens. E nos desfile das delegações os porta bandeiras um homem e uma mulher carregavam juntos o estandarte de suas nações, o que antes era só carregada por homens.

A citação final, é de Mary Baker Eddy, uma pensadora e pesquisadora científica cristã, bicentenária, Fundadora e Líder do Movimento da Ciência Cristã, a qual corrobora bem os tons de espiritualidade e metafísica, que o artigo em tela, com singeleza se propôs. A opção por copiar todo o parágrafo requer uma licença aos leitores, mas ele é bem completo e inspirador para fechar com chave de ouro:

Os mortais desenvolvem seu próprio corpo ou o tornam doente, segundo o influenciam por meio da mente mortal. Saber se esse desenvolvimento é produzido consciente ou inconscientemente é menos importante do que o conhecimento do fato. As proezas do ginasta provam que ele dominou seus temores mentais latentes. A devoção do pensamento a uma realização honesta torna possível essa realização. As exceções só confirmam essa regra, provando que o fracasso é ocasionado por uma fé demasiadamente fraca. Se Blondin tivesse considerado impossível caminhar sobre uma corda esticada acima da catarata do Niágara, nunca o poderia ter feito. A crença de que podia fazê-lo deu a suas forças-pensamento, chamadas músculos, a flexibilidade e o poder que o pensamento não científico poderia atribuir a um óleo lubrificante. Seu temor deve ter desaparecido antes que o poder de executar sua resolução pudesse aparecer
Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras p. 199

Crédito da imagem: Renascença – Revisão em 23 de julho 2021, 12h

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Publicado por Jackson Guterres

Sou um Cientista Cristão brasileiro atuando como Praticista da Ciência Cristã na cidade de Salvador, capital da Bahia, no Brasil.

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